domingo, 13 de fevereiro de 2011

Liguei!

"eu estava aqui tentando não pensar no teu sorriso, mas me peguei sonhando com a sua voz ao pé do ouvido e te liguei..."


Como é estranho ter que fazer a política da boa vizinhança com alguém que não é seu vizinho. Após tempos, resolvi ligar, o pior é que nem me deu tremedeira nem nada. Fiquei tão normal que parecia realmente aquelas pessoas que faz muito tempo que não vemos. Na verdade eu tinha ligado pra falar que descobri o que é cafungo = fungada com carinho. Mas fiquei sem graça e acabei nem falando. Foi aquele papo bem formal, mas ao menos eu quebrei o gelo. Mas ainda sim, sinto falta.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Arrepio, Arrepio, Arrepio de Pancada... Pancada

Hoje senti que meu arrepio de pancada pode ter outro nome. Sim, pode ter outro nome sim. Me sinto cada dia mais vivo e cada dia mais arrepiado com o que me acontece. As coisas despretensiosas ainda me chamam atenção. E as pessoas que me fazem ver a vida despretensiosamente me chamam mais. 

Sinto que tudo vai se encaixando, que tudo que era arrepio estranho vai dando passagem para o arrepio humano. Não aquelas coisas metafóricas, nem internéticas, nem superficiais, coisas que tem preço. Mas aquelas coisas de de vontade de viver o arrepio de pancada presencialmente. Nada de sms, nada de blackberry, nada de concessionárias... arrepios divinos, arrepios do mato, arrepios ingratos de tão gratos e gatos e gastos. 

Pancada... pancada... e viva o arrepio de pancada!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Abandono!

Não sinta que abandonei esse lugar, abandonar essa idéia seria como abandonar a verdadeira descoberta de tudo isso. Também não ando sem inspiração, ao contrário, ando com tanta que quando vou escrever, me perco em verbos, paráfrases, substantivos e adjetivos. Da mesma forma que um dia me perdi. Sim, me perdi. Me perdi de mim, de você, perdi o som, o sol e até mesmo aquela lua. Lembra aquela lua que eu ganhei numa madrugada cheia de estrelas. Gostaria de ter colocado aquela lua no rack da "belina". Ah, a "belina", até ela me levaram. Começaram a me levar tudo, começando por ela. Depois não lembro qual me levaram. Mas, por fim, me levaram você. Acabei ficando com uma parte sua, talvez a que eu menos gostaria de ter ficado, mas acabou me deixando sim. Além do segredo? Já diria Rita Lee: "o vírus do amor".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Morreu

Nosso sonho morreu. Devagarinho,
Rezemos uma prece doce e triste
Por alma desse sonho! Vá… baixinho…
Por esse sonho, amor, que não existe!

Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
De roxas violetas; triste cor!
Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho… ai!… reza baixo… amor…

Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,
Que tu mataste o nosso sonho lindo!

Nosso sonho morreu… Reza mansinho…
Ai, talvez que rezando, docemente,
O nosso sonho acorde… mais baixinho…
Florbela Espanca

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Seguro!

Dá-se o nome de seguro (do latim "securu") a todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de determinados sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de seguro.

Sabe, sinto que sou uma pessoa segura. Mas esses dias que passaram, senti que essa segurança se abalou por algum motivo que eu não sei qual é. Até que desconfio.

A ausência de pessoas me faz ficar assim. Gostaria de poder contar, desabafar, dividir, pedir colo, ajuda, opinião para pessoas ausentes no momento. Minha maior insegurança é tentar saber se essa ausência será prolongada. Gostaria que esse deserto da espera, fosse cortado o mais rápido possível. Gostaria de me sentir mais seguro. Talvez um dia eu me sinta. Mas até lá, eu espero. Vou esperar sempre.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Coisas da vida...

"O amor enfim
Ficou senhor de mim
E eu fiquei assim
Calado, sem latim
Coisas da vida" Milton Nascimento

"Já liguei pra quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmnete queria
já corri atrás de um carro,
por que ele levava alguém que eu amava embora." Clarice Lispector

Fora da casinha. Sim, fora da minha casinha. Resolvi me dar mais uma chance de ser feliz e descobrir que há tanta vida lá fora. Descobri que gostei de ficar sentado na paulista, segurando a Descoberto do Mundo, rindo com a Alessandra. Descobri que consigo sentar num café e tomar uma cerveja com pessoas que nunca vi na vida e tecer um calhau de assuntos interessantes. Descobri que eu não precisava de muito pra viver, apenas sair de casa.
Precisava de um empurrão para passear pela Augusta olhando tudo que há de novo, e lembrando o que foi de velho. Rindo. Rindo. Rindo. Descobri que posso ouvir Coração Pirata e ter alguém do lado que também gosta disso. Descobri que posso dar idéias para pessoas que nem conheço, e o pior, elas gostarem.
Descobri que, apesar da saudade, eu posso levar no coração os momentos antigos e dar espaço para criar novos. Descobri que posso colocar pessoas novas no meu coração. Mas pode se tranqüilizar, existe um espaço ainda para as coisas da vida.

domingo, 23 de janeiro de 2011

E começou assim...

Ah acabei esquecendo do intuito desse blog. Pode ter certeza que quase ninguém entenderá. Mas o que importa? Nem eu entendo mesmo, ora ora. Passei muito tempo querendo entender tudo o que aconteceu (e o que não aconteceu também!).

O dia estava frio. Especialmente aquele dia estava muito frio mesmo. Um frio úmido e o dia teimava em passar. Sentado na minha cadeira, de frente com meu computador, fazia planilhas intermináveis de cálculos e mais cálculos no excel (Ei Microsoft, olha o "merchan"). Eu era a única pessoa da produtora que trabalhava com números. O silêncio me incomodava as vezes. Mas ele era quebrado pelos berros da produtora cultural que estava no meio de um projeto grande.

Fazia pouco tempo que tinha voltado ao Brasil, depois de uma temporada longe de tudo, de família, amigos, problemas (e não problemas), pessoas chatas, pessoas legais, enfim, vocês (leitores) entenderam a amplitude da coisa toda. 

Entrei no meu messenger (viva Microsoft!), tinha adicionado algumas pessoas "diferente". Ok, confesso. Paquerinhas quase que inúteis, mas que alguns me faziam rir, pensar um pouco e falar sobre algumas besteiras mundanas. Conversa básica:

- Olá, tudo bem?
- Desculpa, mas não me lembro de você. (Phoda-se se você não se lembra de mim)
- Ah, lembrei de você. Tudo bem? (Palhaçada!)
- Eu estou bem sim, apesar do dia cinzento, da falta de vontade de trabalhar e do frio, estou ótimo. Estou com vontade de comprar um cachecol de tanto frio.
- Bacana, compra ué. (Essa era a hora para acabar com a conversa ali mesmo).
- Boa idéia, vou comprar, tem uma loja aqui na esquina. Me passa seu telefone? (Sempre fui bem cara de pau e direto).
- Volto logo, vou comprar.
- Alô. tudo bem? Estou indo comprar o tal cachecol, me ajuda a escolher? (Sempre idiotamente direto).
- Oi moça, tudo bem estou procurando um cachecol. 
- Ah sim, mas não temos mais cachecol, só chale. Mas se você dobrá-lo, ninguém percebe (Abafo esse diálogo da vendedora para a pessoa do outro lado não escutar).
- Ah claro, que cor você tem?
- Marrom e azul.
- Posso ver o marrom?
- Claro, ele é meio brilhante (Droga! Não deu tempo de abafar essa fala da vendedora e a pessoa do outro lado escutou).
- Para! Você não vai comprar esse marrom, é brilhante. De mulher!!
- Ok moça, deixa eu ver o azul. 
- Olha, o azul nem é brilhante, posso comprar esse então?
- Deve ser brilhante, mas menos brilhante. (Vontade de te mandar a merda!)
- CPF na nota?
- Não obrigado.

- Vai trabalhar até que horas?
- Não tenho horário fixo, faço meus horários.
- Entendi.
- Eu (Michel) queria tomar uma cerveja, que acha?
- Claro. É sempre bacana tomar cerveja despretensiosamente.
- Que horas?
- As 19:00h, dependo do carro da minha mãe para me locomover.
- Sem crise. Vila Madalena?

Desliguei o celular e fiquei pensando na merda que eu tinha feito. Cansado, andava tão anti-social, estava com uma influência francesa negativa, de ser antipático.
O tempo passou se arrastando. Desci, entrei num táxi, e o maldito taxista resolve puxar conversa. Liguei pra minha mãe para não ter que responder os absurdos questionados.
Cheguei. Detesto atraso. Mas eu me atrasei.

Incompatibilidade momentânea que infelizmente eu não teria mais controle a partir daquele momento.

"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito."
Machado de Assis